terça-feira, 19 de abril de 2011

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CIDADE DE JUSSARA BAHIA

COPERJ E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA CIDADE DE JUSSARA BAHIA
Ilvanete Pires de Carvalho[1]
José Renato Brito de Almeida
Lusinete Barbosa dos Reis Cunha


A COPERJ (Cooperativa dos Empreendedores Rurais de Jussara) foi fundada no ano de 2001, visando assegurar aos cooperados a expansão de seus negócios relacionados as atividades de ovinocaprinocultura. Hoje, a COPERJ conta com a inclusão de mais 450 associados, dispostos a trabalharem em harmonia com os ditames legais da associação. Segundo o presidente da COPERJ, Vanderlan Araújo, a associação já participa a alguns meses do projeto do governo federal Fome Zero, entregando mensalmente 31 mil litros de leite na sua comunidade. Os associados entregam o leite para ser beneficiado pela associação e esta devolve aos próprios cooperados e outros moradores que têm filhos matriculados nas escolas municipais.  Esta parceria com o governo rendeu para o estado da Bahia, o prêmio nacional Josué de Castro, no valor de 11 milhões de Reais. Esta conquista é um capítulo importantíssimo na história de Jussara, que nunca desistiu de encontrar soluções de convivência com o semi-árido. A emoção das famílias que criam os animais e as que recebem o leite beneficiado é bem evidente. (Jornal da SEDES, p. 5)
Com a higienização do rebanho e o monitoramento técnico, diminuiu grandemente as percas de animais. As cabras reproduzem normalmente, aumentando numérica e qualitativamente os rebanhos. O processo de beneficiamento do capim, a silagem, é outro fator imprescindível para o bom andamento do projeto. Usando a forma redonda, os criadores tinham prejuízos com o desperdício da ração, até que Gilvan Brito, um dos cooperados, desenvolveu uma forma retangular de fazer a silagem, pondo fim no desperdício. Essa simples mudança, patenteada por Gilvan Brito, é hoje referência nacional.   
Um trabalho pioneiro na região de Irecê, que vem substituindo com eficácia a carência deixada pela redução da produção do feijão. O Cooperativismo é um sistema econômico que faz das cooperativas a base de todas as atividades de produção e distribuição de rendas, tendo como objetivo difundir os ideais em que se baseia, no intuito de atingir o pleno desenvolvimento econômico e social de seus participantes.
Além das atividades na produção de laticínios, a COPERJ conta, também, com um abatedouro, um frigorífico, um curtume de couros (inaugurados no dia 3 de março deste ano) e uma fábrica-escola de manufaturados de couro, que ainda será inaugurada. O abatedouro iniciou o abate experimental de 34 ovinos e caprinos no dia 30 de julho deste ano, sob a supervisão de consultores do SEBRAE/BA e técnicos da ADAB (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia). A COPERJ abriga produtores de ovinocaprinocultura de sete cidades da região de Irecê: Jussara, São Gabriel, Itaguaçu da Bahia, Gentio do Ouro, Munlugu do Morro, Uibaí e Xique-Xique.
A cooperação é de suma importância entre os cooperados, pois todos precisam andar em sintonia, com os mesmos objetivos, lutando pelos mesmos ideais, tendo em mente as necessidades do grupo organizado. Estas organizações, em expansão em todo o mundo, carecem de estudos que enfoquem aspectos psicossociais indispensáveis para o seu êxito. A psicologia pouco fez para compreender as cooperativas, e a atuação dos seus membros. As cooperativas surgem para servir como um bem social, como alternativa em prol dos trabalhadores face as incertezas e crueldade do mercado.  
As cooperativas surgem, na maioria das vezes, diante da crise de empregos. Não obstante, a cooperação manifesta-se com mais clareza externamente as relações de trabalho. Cooperativa é um modelo de estrutura organizacional, da qual se originam sociedades democráticas com objetivos específicos, regida por princípios de igualdade no que se refere a propriedade, gestão e repartição de recursos. O cooperativismo rural tem sido visto como mecanismo de modernização da agricultura, estratégia de crescimento econômico ou instrumento de mudança social.
Para Schneider (1981), o cooperativismo rural no Brasil tem procurado harmonizar as dimensões econômicas, sociais e culturais do processo de desenvolvimento do país, sem depender das condições estruturais concretas as quais ele se sobrepõe.
A partir da leitura de Maria José Carneiro, compreendemos que a agricultura familiar tem sido um indicativo de mudanças na orientação do atual governo em relação a agricultura e aos próprios agricultores, principalmente agora, pois o governo pretende ampliar o conceito de desenvolvimento com a noção de sustentabilidade, incorporando outras esferas da sociedade, além da estritamente econômica, também a educação, a saúde e a proteção ambiental.  

Obs.: Trechos do artigo foram feitos com base na entrevista com o Presidente da COPERJ, o Sr. Vanderlan Araújo.





Referências:
Agência SEBRAE de Notícias da Bahia. (71) 3320-4427
Na corda e no sonho. Jornal da Sedes Estadual, pp. 6,7 - n. 5 – Janeiro/Fevereiro, 2009
Disponível:
Acessados em 18 de junho de 2010.
Francisco José Batista de Albuquerque e Carlos Eduardo Pimentel. Psic.: Teor. E Pesq. Vol. 20, n. 2 – Brasília, maio/agosto, 2004
Rosemeire Aparecida Scopinho. Psic. Soc. Vol. 19, n. spe – Porto Alegre, 2007
Pedro Jacobi. Cad. Pesqui. N. 118 – São Paulo, março, 2003
Maria José Carneiro. Estudos, Sociedade e Agricultura, 8. Abril, 1997.






[1] Estudantes do Curso de Geografia/PROESP pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XIV – Irecê.


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